Se você quer mais do que só marcar o Acampamento Base do Everest — se cruzar geleiras, lagos turquesa, cultura Sherpa e nascer do sol sobre os gigantes do Himalaia é a sua vibe — essa trilha tem tudo isso. Você vai se desafiar, mas volta com histórias para contar por anos.
Chegar em Kathmandu é um choque para os sentidos — ar picante, buzinas de táxis, uma mistura de bandeiras de oração coloridas no céu. Alguém da equipe já me esperava na saída com uma placa com meu nome (fácil de achar). O hotel fica a uns 20 minutos, dependendo do trânsito. Na primeira noite, só quis descansar depois de resolver a papelada e conhecer nosso guia — ele lembrou de deixar os documentos do seguro à mão e conferiu se tínhamos fotos suficientes para as autorizações.
O voo para Lukla é uma experiência à parte — avião pequeno, vistas das montanhas direto pela janela. Lembro de segurar firme o braço da cadeira na aterrissagem naquela pista curtíssima. Os carregadores já estavam lá, sorrindo e ajudando com as mochilas. A caminhada até Phakding é tranquila; você passa por pedras com mantras pintados e ouve o rio antes de vê-lo. Paramos numa casa de chá para um chá de leite doce — juro que era melhor que qualquer coisa que já tomei em casa.
Subir para Namche Bazaar significa atravessar aquelas pontes suspensas bambas, todas enfeitadas com bandeiras de oração. A subida acelera o coração, mas você vai ver iaques andando devagar e crianças vendendo frutas secas na trilha. Namche é animada — um verdadeiro centro nas montanhas onde dá pra comer um pão de canela na Everest Bakery ou comprar equipamento de última hora. O Wi-Fi é meio instável, mas dá pra mandar uma mensagem rápida para casa.
Ficamos um dia extra em Namche para nos acostumar com a altitude. Tem um museu pequeno sobre a vida Sherpa que vale a visita, e se você acordar cedo e subir atrás da cidade, pode pegar o Everest espiando por cima das nuvens da varanda do Everest View Hotel. De manhã faz frio — leve luvas mesmo que pareça quente quando sair para a trilha.
O caminho para Phorste Thanga passa por florestas de rododendros e pinheiros — se estiver aqui na primavera, o cheiro de terra molhada e flores é incrível depois da chuva. Encontramos pastores de iaques levando os animais para pastagem de verão; eles acenaram para a gente. Machherma fica mais alto — um grupo de lodges de pedra — e às vezes o vento bate forte nos telhados de lata solta à noite.
Chegar em Gokyo foi como entrar em outro mundo: lagos turquesa cercados por picos nevados, bandeiras de oração balançando por todo lado. Ficamos duas noites para subir o Gokyo Ri bem cedo numa manhã — o ar era rarefeito e gelado, mas ver o nascer do sol sobre o Everest e o Cho Oyu fez cada passo valer a pena. A vista é infinita; até o guia parou para tirar fotos.
A próxima etapa foi dura: atravessar a geleira Ngozumpa (cuidado com o passo) e depois subir até Thangna para dormir num dormitório simples — nada de luxo, só sopa quente e risadas cansadas dos outros trekkers contando histórias de bolhas ou sanguessugas (não se preocupe, aqui em cima quase não tem). Cruzar o Cho La Pass exigiu sair antes do amanhecer com lanterna na cabeça; a neve rangia sob os pés e às vezes só se ouvia a própria respiração até o sol iluminar a crista.
Depois da pousada simples em Dzongla (quartos compartilhados e cobertores grossos), Lobuche parecia até movimentada — mais gente indo e vindo, papo no jantar sobre previsão do tempo ou tentativas de cume mais acima. O dia que chegamos no Acampamento Base do Everest foi longo, mas inesquecível: tendas espalhadas no terreno rochoso, bandeiras de oração por todo lado, alpinistas preparando equipamento para a subida enquanto a gente só curtia estar ali.
Kala Patthar é uma subida matinal puxada, mas oferece aquela vista clássica do Everest que todo mundo quer — uma parede branca que domina tudo ao redor. O café da manhã em Gorak Shep nunca teve gosto tão bom (experimente os ovos fritos se ainda tiverem). Descer por Pheriche e Pangboche foi mais tranquilo; talvez porque já sabíamos que o pior tinha passado ou só porque estávamos morrendo de vontade de um café de verdade em Namche Bazaar.
O último trecho até Lukla é uma mistura de alegria e saudade — você começa a reconhecer rostos dos primeiros dias na trilha, troca lanches e histórias sobre o que mais te surpreendeu (para mim: o silêncio absoluto à noite acima dos 4.000 metros). Um banho quente vira luxo quando você finalmente consegue! Nosso grupo comemorou com cerveja local e umas danças meio duvidosas antes de voar de volta para Kathmandu — aquelas últimas vistas das montanhas pela janela do avião ficam na memória muito tempo depois do pouso.
O percurso é desafiador por causa da altitude alta e dos dias longos caminhando em terreno difícil — incluindo travessias de geleiras e passes íngremes como o Cho La — mas é possível para quem está em forma e respeita a aclimatação.
Você vai ficar em pousadas simples ou casas de chá — algumas com quartos privados e banheiro em cidades maiores como Namche ou Lukla; lá no alto, espere dormitórios compartilhados com estrutura básica.
Sim! Água filtrada com o filtro Katadyn Pocket está disponível durante todo o trekking, então leve sua garrafa reutilizável para ir reabastecendo.
Geralmente dá para carregar os aparelhos por uma pequena taxa nas pousadas das vilas maiores como Namche Bazaar ou Gokyo — mas a energia pode ser limitada nos pontos mais altos, então leve baterias extras ou power bank para garantir.
Seu pacote inclui transfer do aeroporto em Kathmandu; água filtrada durante a trilha; acomodação em quartos duplos em hotéis em Kathmandu e pousadas no trekking (banheiros privativos onde disponíveis); frutas da estação como lanche; uso de jaqueta de plumas e saco de dormir; apoio de carregadores (um para cada dois trekkers); todas as permissões necessárias; voos internos entre Kathmandu e Lukla; guia licenciado que fala inglês; taxas e impostos governamentais inclusos!
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