Você vai caminhar pela Little Africa do Rio com um guia local que traz histórias esquecidas de volta à vida — dos ritmos do samba na Pedra do Sal aos momentos tranquilos no Cais do Valongo e murais impactantes perto do porto. Prepare-se para conversas sinceras, risadas inesperadas e marcas reais da memória afro-brasileira que podem ficar com você por muito tempo.
Senti uma mistura estranha de nervosismo e empolgação quando encontramos o Florencio na frente do Museu de Arte do Rio. A praça estava cheia — ônibus buzinando, alguém vendendo água de coco, e o ar já pegajoso mesmo sem ser tão tarde da manhã. Eu já tinha lido sobre a Little Africa, mas ali, olhando os prédios antigos do porto e vendo os moradores conversando rápido em português, foi diferente. Florencio começou contando a história da Mercedes Baptista bem perto da estátua dela — a primeira bailarina negra no grande teatro do Rio. Ele falou o nome dela com tanto orgulho que quase fiquei envergonhado por nunca ter ouvido falar antes.
O Largo da Prainha estava animado — música escapando pelas portas abertas, uns caras rindo tomando cerveja (daquelas que suam mais rápido do que você consegue beber aqui), e aquele bumbo baixo do samba vindo de algum lugar perto. Na Pedra do Sal, Florencio mostrou os degraus de pedra esculpidos pelos africanos escravizados. Ele passou a mão por eles e contou que até hoje as pessoas se reúnem para rodas de samba às segundas-feiras. Tentei imaginar aquelas noites — Pixinguinha tocando, mulheres baianas cozinhando — e confesso que arrepio só de pensar em tanta história bem ali, debaixo dos nossos pés. Tem também um cheiro salgado no ar vindo do porto; você percebe se prestar atenção.
O Cais do Valongo estava mais calmo do que eu esperava. Só pedras, sol e algumas crianças chutando bola perto dali, mas saber que quase um milhão de pessoas chegaram ali contra a vontade… dá um nó no estômago. Florencio não escondeu nada — falou da dor, mas também da resistência, de como a cultura afro-brasileira moldou tudo, do carnaval ao que a gente come no almoço hoje. Passamos pelo mural das Etnicidades — enorme mesmo — e ele explicou que cada rosto pintado ali representa um continente diferente. Acho que perdi metade do que ele falou porque não conseguia parar de olhar para aquelas cores vibrantes espalhadas no concreto.
MUHCAB e IPN foram nossas últimas paradas — um museu construído sobre um antigo cemitério de africanos escravizados. O cheiro lá dentro era meio abafado (igual a todo museu), mas tinha bilhetes escritos à mão e fotos de família expostas que deixavam tudo mais próximo, menos distante. Uma funcionária sorriu quando tentei dizer “obrigado” com meu sotaque ruim; ela riu e me corrigiu com carinho. Isso ficou comigo mais do que qualquer objeto exposto.
O encontro é no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, 5 - Centro.
Não, o ponto de encontro é no museu MAR, sem serviço de busca no hotel.
O tempo exato não é especificado, mas espere algumas horas visitando vários pontos da Little Africa.
Você verá a Estátua de Mercedes Baptista, Pedra do Sal, Cais do Valongo, mural das Etnicidades, Museu MUHCAB e o sítio IPN.
Sim, é para todos os níveis, mas não é recomendado para quem tem problemas na coluna ou saúde cardiovascular.
Inclui transporte em veículo com ar-condicionado; opções de transporte público também ficam próximas.
Não é especificado, mas guias locais geralmente falam português e podem oferecer explicações em inglês ou espanhol.
Bebês são permitidos, mas devem ficar no colo de um adulto durante os deslocamentos de veículo.
Seu dia inclui um passeio a pé pelo histórico porto do Rio com um guia experiente que conta histórias em cada parada; transporte em veículo com ar-condicionado quando necessário; além do acesso a locais importantes como o Museu MUHCAB — tudo preparado para você só precisar chegar no Museu de Arte do Rio e se deixar levar por camadas de história que a maioria dos visitantes nem imagina.
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