Saindo de El Calafate, você cruza para o Chile em um 4x4 neste passeio de um dia para Torres del Paine — com histórias da fronteira, paradas para café com os locais, guanacos perto de lagos turquesa e almoço ao lado de uma cachoeira. Tem caminhadas curtas e muitas fotos, mas o que fica mesmo é a sensação da natureza selvagem da Patagônia bem pertinho de você.
Confesso que quase perdi a van — meu alarme não tocou e eu ainda estava com o casaco pela metade quando o veículo chegou no meu hotel em El Calafate. O motorista só sorriu e acenou para eu entrar, sem nenhum julgamento. O sol ainda não tinha nascido, mas já dava para sentir o cheiro do frio no ar, aquele ar seco típico da Patagônia. Eu já tinha lido sobre esse passeio de um dia para Torres del Paine saindo de El Calafate, mas não fazia ideia do quanto era longe — horas vendo a estepe passar pela janela, com arbustos baixos e guanacos correndo ao longe. Nossa guia, Paula, manteve a gente acordado contando histórias de travessias de fronteira por aqui (ela disse que o vento já chegou a levar o passaporte dela da mão). Em Cancha Carrera, ela nos ajudou com a alfândega — parecia mais um aperto de mão do que uma burocracia.
Paramos num lugar chamado El Ovejero para um café e trocar dinheiro — imagina um espresso forte e lembrancinhas de lã de ovelha. O cheiro lá dentro era uma mistura de pão queimado com lã molhada. Depois, voltamos para a estrada, pulando naquele caminhão 4x4 enorme (você fica lá em cima, quase flutuando sobre tudo). Entrar em Torres del Paine foi quase mágico — as cores mudaram de repente; apareceram aqueles lagos azuis impossíveis e montanhas afiadas por todo lado. Parávamos para fotos ou só para observar raposas cruzando a estrada. Paula apontava os condores voando alto — disse que ver um de perto dá sorte. Não sei se é verdade, mas quis acreditar.
O almoço foi ao ar livre perto da Cascada Paine — uma marmita, mas juro que qualquer comida com aquela vista fica mais gostosa. O vento era tão forte que meu sanduíche quase voou antes de eu conseguir dar a primeira mordida. Alguém avistou guanacos pastando perto dali; ficamos todos em silêncio só observando eles se moverem devagar naquele espaço imenso. Depois, caminhamos pela Laguna Amarga — a água era turquesa e lisa, refletindo perfeitamente as torres famosas (tentei tirar foto, mas meus dedos estavam congelados demais para mexer no celular). A trilha até a cachoeira Salto Grande não foi difícil, só tinha vento suficiente para fazer os olhos lacrimejarem; Paula brincou que era o “perfume da Patagônia”.
Fico pensando naquele momento no Lago Nordenskjold — todo mundo ficou em silêncio, só o som do vento e dos pássaros distantes. Você não espera que o silêncio seja tão imenso até estar diante daquelas montanhas. Na volta para El Calafate, a galera foi apagando ou olhando para o nada — acho que todo mundo tentava guardar um pouco daquela sensação antes da vida normal voltar.
São cerca de 3h30 de viagem de El Calafate até a fronteira com o Chile, em um caminhão 4x4, antes de entrar em Torres del Paine.
Sim, o almoço em marmita está incluído e é servido ao ar livre perto da Cascada Paine durante o passeio.
Sim, há banheiros públicos na parada para café em El Ovejero e também na Portería Laguna Amarga dentro do parque.
Você pode pagar a entrada do parque em dólares ou euros (notas em bom estado) ou trocar dinheiro na parada de El Ovejero.
É possível ver guanacos, raposas, condores, emas — e às vezes até pumas — em Torres del Paine.
Não, as caminhadas são leves, sem esforço físico intenso e sempre acompanhadas por guia.
Sim, está incluído traslado gratuito de ida e volta do hotel em El Calafate.
O passeio é feito em caminhões 4x4 grandes, preparados para estradas asfaltadas e de terra na Patagônia.
O dia inclui traslado de ida e volta do hotel em El Calafate, viagem em caminhão 4x4 com ar-condicionado e apoio, ajuda com a passagem da fronteira para o Chile, almoço em marmita ao ar livre perto da Cascada Paine, todas as caminhadas guiadas dentro do parque Torres del Paine — com paradas nos principais mirantes — e o retorno ao entardecer pela estepe.
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