Se você busca uma aventura de verdade — passagens altas, lagos selvagens, vilarejos montanheses com hospitalidade genuína — esta jornada pelo Tajiquistão oferece tudo isso. Você vai trilhar caminhos glaciais, relaxar em fontes termais locais, compartilhar refeições com famílias que chamam esses vales de lar e ver paisagens que parecem intocadas pelo tempo.
Partimos cedo de Osh, subindo pela passagem de Taldyck, onde o ar rarefeito e os iaques pastando tranquilos nos verdes declives criavam um cenário único. Quando chegamos à vila de Sarymogol, o céu tinha aquela nitidez cortante que só se encontra em grandes altitudes. Cruzar uma ponte precária nos levou ao nosso primeiro acampamento de yurts às margens do Lago Tulpar Kol — águas azul-gelo aos pés do Pico Lenin. Lembro do estalo do gelo sob os pés enquanto caminhávamos ao redor do lago antes do jantar, e do vento trazendo o cheiro de fumaça de lenha das yurts próximas.
Na manhã seguinte, começamos com chá quente e pão na nossa yurt antes de subir até a Passagem do Viajante, a 4.130 metros. A subida foi lenta, mas constante; a cada poucos passos eu parava para recuperar o fôlego e admirar as geleiras descendo do Pico Lenin. Depois do almoço no acampamento, cruzamos para o Tajiquistão — de repente a paisagem mudou, quase lunar ao redor do Lago Karakul. Nossa pousada lá tinha uma sauna ao estilo russo (sem eletricidade, porém), e após uma curta caminhada à beira do lago, nos reunimos para nos aquecer enquanto o crepúsculo caía.
De Karakul, seguimos de carro até o início da trilha para a Passagem Ortoboz — com mais de 5.000 metros de altitude. O começo foi suave e gramado; depois, perto do topo, tornou-se rochoso e desafiador. Estar ali, cercado pelos gigantes do Pamir, me fez sentir pequeno, mas vivo. Mais tarde, chegamos à vila de Murgab para um banho quente e um pouco de wifi — um luxo raro por aqui.
A caminhada do dia seguinte nos levou pela Passagem Gumbozkul, depois de deixar Murghab para trás numa estrada de terra cheia de solavancos. Pedras soltas escorregavam sob os pés durante a subida, mas chegar a uma yurt no fim do trajeto significava queijo fresco e chá doce com moradores que pareciam genuinamente felizes em nos receber. As noites em Alichur eram silenciosas, exceto por algum latido distante de cachorro.
Fizemos um desvio para os Lagos Bulunkul e Yashilkul — ambos espelhos perfeitos naquela manhã — e aproveitamos as fontes termais naturais antes de encarar a trilha do Panorama Ridge, acima da Passagem Kargush. De lá, era possível avistar a Cordilheira Wakhan, no Afeganistão, do outro lado de um vale infinito; até vimos o que pareciam caravanas quirguizes seguindo por cristas distantes. Naquela noite, na vila de Langar, nosso anfitrião serviu sopa caseira enquanto contava histórias da vida nessa fronteira.
A Fortaleza Yamchun foi algo impressionante — empoleirada em rocha bruta acima do Vale Wakhan. Subimos com esforço para apreciar a vista que parecia não ter fim, depois seguimos para as fontes termais Bibi Fatima (os locais juram pelos seus minerais curativos). Passamos por outra antiga fortaleza em Namadgut antes de chegar à cidade de Khorog para visitar museus e passear pelo jardim botânico — nunca imaginei ver tantas árvores diferentes reunidas num só lugar por aqui.
O Vale Bartang nos levou até Jiseu — um lugar remoto onde se atravessa uma ponte estreita e segue um riacho ladeado por flores silvestres (e abelhas zumbindo, se tiver sorte). Os lagos aqui transbordam na estação certa; caminhar ao redor deles era como entrar em outro mundo. Os moradores nos convidaram para um chá novamente — a hospitalidade faz parte da vida aqui.
Depois de uma caminhada matinal até outro lago escondido além da última casa de Jiseu, seguimos por estradas sinuosas que margeiam a fronteira afegã rumo à vila de Kalaikhum. A paisagem não parava de mudar: penhascos íngremes deram lugar a vales mais amplos conforme nos aproximávamos de Vanj.
O trecho final acompanhou o Rio Panj até Dushanbe — com paradas para almoço em chaikanas à beira da estrada (experimente o plov, se puder) e uma rápida visita às ruínas do Palácio Hulbuk, do século XI. Perto da Barragem Nurek, é possível avistar uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo brilhando ao longe.
Dushanbe é vibrante — cafés cheios no meio da manhã antes de seguir para o norte pelo Túnel Anzob (um pouco tenso para quem não gosta de túneis) até a vila de Sarytag, nas Montanhas Fann. O Lago Iskander Kul tinha um azul mais intenso do que qualquer foto poderia mostrar; paramos só para observar as nuvens deslizando sobre sua superfície antes de continuar.
A subida para o Lago Kulikalon passou por vilarejos onde crianças acenavam enquanto passávamos — a trilha serpenteava por três vales até se abrir em picos glaciados refletidos nas águas turquesa abaixo do Pico Chimtarga. De volta à vila de Artush naquela noite, o jantar parecia ainda mais saboroso depois de tanto caminhar.
O último dia nos levou a explorar Haft-Kul — os Sete Lagos — cada um com tons diferentes de verde ou azul, dependendo da luz e da profundidade. Fizemos um piquenique às margens do lago Hazor Chashma (o sétimo lago), depois seguimos para a cidade de Penjikent para a última noite em hotel antes de voltar para casa.
É preciso ter preparo moderado, pois algumas trilhas passam dos 4.000 metros e têm trechos rochosos — mas os guias mantêm um ritmo tranquilo e há muitas pausas pelo caminho.
Você ficará principalmente em pousadas familiares ou yurts — simples, mas confortáveis — com hotéis ocasionais que oferecem banho quente e wifi quando disponíveis.
Sim! Basta avisar seu guia com antecedência — eles estão acostumados a adaptar as refeições usando produtos locais sempre que possível.
Seu motorista que fala inglês cuida da papelada nos postos de controle — geralmente é tranquilo, mas tenha seu passaporte sempre à mão.
Esta viagem inclui transporte privado por todo o Tajiquistão com motorista que fala inglês e conhece bem as estradas. Todas as refeições estão incluídas para você e seu motorista; as acomodações variam entre aconchegantes yurts à beira de lagos alpinos e pousadas acolhedoras em vilarejos de montanha — e sim, às vezes até hotéis com banho quente e wifi! Veículos com ar-condicionado garantem conforto entre as paradas.
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