Se você busca uma aventura que mistura altas montanhas com trilhas na selva — e termina em Machu Picchu — a Trilha Salkantay é a escolha certa. Você vai caminhar por geleiras e cachoeiras, conhecer agricultores locais pelo caminho, dormir sob as estrelas e finalizar com uma visita guiada a um dos sítios mais emblemáticos do Peru.
O despertador tocou antes do amanhecer em Cusco, e mal tive tempo de tomar um café rápido antes do nosso ônibus partir às 4h30. A viagem até Mollepata foi silenciosa — a maioria cochilando, mas eu consegui ver o cânion do Apurímac pela janela enquanto o sol começava a surgir. Ao chegar em Cruzpata, o café da manhã era simples, porém reforçado (ovos e pão fresco), e logo começamos a subir. A trilha serpenteava por pequenos canais de irrigação usados pelos moradores para suas plantações, e de vez em quando um beija-flor cruzava entre as flores silvestres. O almoço em Cruzpata foi uma recompensa depois daquela primeira subida.
Mais tarde, à tarde, alguns de nós subimos até o Lago Humantay. O ar rarefeito pesava rápido — meus pulmões trabalhavam dobrado — mas quando chegamos ao topo, aquela água turquesa contra o pico nevado do Humantay fez cada passo valer a pena. Faz frio lá em cima; eu podia ver minha respiração mesmo com o sol brilhando. De volta ao acampamento em Soraypampa, nosso cozinheiro distribuiu chá quente por volta das seis (as folhas de coca ajudam na altitude), e o jantar foi uma sopa quente de quinoa seguida de um ensopado de frango. As barracas já estavam montadas — nada luxuoso, mas depois de um dia caminhando, parecia um verdadeiro conforto.
Na manhã seguinte, o dia começou cedo novamente. Deixando Soraypampa para trás, caminhamos sob a sombra do Salkantay — a montanha é imensa e sempre parece mais próxima do que realmente está. Nosso guia, Luis, apontava riachos glaciais e explicava como os locais acreditam que o Salkantay é um “Apu”, ou espírito sagrado. Ao meio-dia, chegamos a Huayracmachay para o almoço (lembro da sopa soltando vapor no ar frio). Depois veio uma longa descida para vales mais verdes; dava para sentir a mudança de temperatura conforme descíamos rumo a Chaullay.
O terceiro dia trouxe uma mudança real — acordar cercado pelos sons da selva em vez do silêncio da montanha. O café da manhã incluía bananas doces locais de uma fazenda próxima. Passamos por pés de café carregados de frutos vermelhos e paramos para conversar com um agricultor que nos deixou provar maracujá direto do campo — mãos grudadas e tudo. A trilha aqui estava lamacenta em alguns trechos; minhas botas estavam cobertas de barro na hora do almoço na vila La Playa. Naquela noite, adormecer ao som distante do rio em vez do vento foi estranhamente reconfortante.
O quarto dia nos levou pelo vale do rio Vilcanota — verdejante e cheio de cantos de pássaros. Há uma ponte suspensa em Oroya onde é possível avistar papagaios se tiver sorte (vimos dois). De Sahuayaco, tivemos a primeira vista da montanha Machu Picchu entre as árvores — um momento surreal depois de dias a pé. Na estação Hidrelétrica, embarcamos em um trem barulhento rumo a Aguas Calientes; o banho quente na pousada foi incrível depois de três noites acampando.
Nosso último dia começou antes do nascer do sol novamente — queríamos aquelas horas silenciosas em Machu Picchu antes da chegada das multidões. A subida é íngreme, mas ver o nevoeiro se dissipar sobre as pedras antigas é algo que nunca vou esquecer. Nosso guia nos levou por cantos escondidos da cidadela por cerca de duas horas, compartilhando histórias sobre a engenharia Inca e o cotidiano dali há séculos. Mais tarde, à tarde, houve tempo para um banho nas águas termais de Aguas Calientes (leve moedas para os armários). O trem de volta para Ollantaytambo partiu pouco antes do anoitecer; quando chegamos a Cusco, eu estava cansado, mas sinceramente não queria que a aventura acabasse.
A trilha tem cerca de 73 km em cinco dias, com subidas íngremes (até 4.650 metros). É importante estar com preparo físico moderado e confortável para caminhar várias horas por dia.
Sim! Todas as refeições são fornecidas desde o café da manhã do primeiro dia até o café da manhã do quinto — espere pratos peruanos reforçados preparados pelo nosso chef do acampamento.
Você vai acampar por três noites (barracas fornecidas) e passar uma noite em um albergue simples com água quente e Wi-Fi em Aguas Calientes.
Seu guia profissional bilíngue carrega um kit de primeiros socorros e verifica todos regularmente; o chá de coca também ajuda! Se necessário, evacuação pode ser organizada em pontos específicos.
As barracas são fornecidas, mas leve seu próprio saco de dormir e equipamentos de caminhada (botas, roupas em camadas, capa de chuva). As taxas de entrada para Machu Picchu estão incluídas na reserva.
Sua viagem inclui transporte de Cusco a Mollepata, todas as entradas (incluindo Machu Picchu), guias profissionais bilíngues durante toda a trilha, equipamentos de camping de alta qualidade (barracas para duas pessoas), todas as refeições exceto almoço e jantar do último dia, passagem de trem de Aguas Calientes para Ollantaytambo mais transfer para a cidade de Cusco — além de briefings diários para você saber o que vem a seguir!
Precisa de ajuda para planejar sua próxima atividade?