Você vai cruzar de Marrakech por montanhas selvagens e dormir sob as estrelas do Saara perto de Merzouga. Ande de camelo pelas dunas de Erg Chebbi, compartilhe pão defumado com berberes à luz do fogo, tome chá forte com nômades e deixe a areia invadir tudo (no melhor sentido). Essa viagem transforma você — ou pelo menos deixa uma vontade enorme de mais sol do deserto.
Confesso que não esperava que a saída de Marrakech fosse tão gradual — num instante estávamos desviando das scooters na cidade, no outro, só oliveiras sem fim, e logo as montanhas do Atlas começaram a surgir. Nosso motorista, Youssef, apontava detalhes que eu jamais teria notado: uma barraca vendendo figos-da-índia, crianças acenando de um muro caindo aos pedaços. Paramos no passo Tizi-n’Tichka para um chá de hortelã (com gosto de ervas silvestres, bem diferente do doce que tomávamos na cidade) e minha amiga tentou pechinchar por um lenço — ela até hoje acha que pagou caro, mas valeu pelas risadas.
A kasbah de Ait Ben Haddou estava mais silenciosa do que eu imaginei — só o som do vento passando pelas paredes de barro e um senhor vendendo tâmaras na entrada. O almoço ali foi tranquilo, no melhor sentido; um tagine de cordeiro com damascos que tinha um sabor defumado inexplicável. Quando chegamos a Boumalne Dades, já era entardecer e tudo ganhava um tom avermelhado. O hotel era simples, mas depois de horas na van, pouco me importei. No dia seguinte, ao passar pelo desfiladeiro de Todra, dava para ouvir a água correndo lá embaixo, mesmo sem vê-la — meio hipnotizante, na verdade.
Foi em Merzouga que tudo fez sentido: areia por todos os lados, o ar quente com um leve cheiro metálico. Andar de camelo é... mais esbarrado do que mostram no Instagram (minhas coxas ainda lembram). Nosso guia Hamid nos ensinou a amarrar os lenços “como os verdadeiros do deserto” — ele riu quando o meu caiu nos olhos. O pôr do sol nas dunas foi silencioso, só o som de alguém tocando tambor no acampamento. O jantar sob a lona parecia surreal; até hoje sinto o gosto daquele pão defumado assado na areia. Mais tarde, sentamos ao redor da fogueira ouvindo canções berberes — não sei o que cantavam, mas só estar ali já fazia sentido.
No dia seguinte, conhecemos uma família nômade — o chá deles é forte o bastante para despertar até os mortos, e a hospitalidade é de tirar o chapéu. Tinha opção de andar de quadriciclo, mas eu só queria sentar e observar as sombras dançando nas dunas. No caminho de volta, no mercado de Rissani, Hamid comprou umas castanhas apimentadas (quase engasguei) e paramos para um café em Agdz, onde uns velhinhos jogavam cartas sob uma figueira. Tudo se mistura agora — calor, risadas, areia nos sapatos — mas de vez em quando me pego sonhando acordado com aquele último nascer do sol em Merzouga antes de voltar para Marrakech.
O trajeto de Marrakech a Merzouga é feito em dois dias, com paradas em Ait Ben Haddou e Boumalne Dades antes de chegar a Merzouga no segundo dia.
Sim, os passeios de camelo pelas dunas de Erg Chebbi fazem parte da experiência em Merzouga.
Você ficará em hotéis locais pelo caminho e passará uma noite em um acampamento berbere tradicional perto de Merzouga (no verão, uma noite pode ser em hotel próximo às dunas).
Jantares estão incluídos nas hospedagens; o almoço é servido em Ait Ben Haddou no primeiro dia; café da manhã é diário.
Sim, há oportunidade de visitar uma família nômade berbere perto de Merzouga e compartilhar um chá com eles.
Sim, o sandboard está disponível no acampamento perto de Merzouga como parte da estadia.
No verão, você passa apenas uma noite no acampamento berbere e outra em hotel com ar-condicionado perto das dunas, por causa do calor intenso.
Sim, o traslado do seu hotel ou riad em Marrakech está incluído.
Sua jornada de quatro dias inclui traslado do hotel ou riad em Marrakech, todo transporte com combustível e motorista pelas estradas sinuosas das montanhas, hospedagem noturna (com ar-condicionado perto de Merzouga se o calor apertar), passeios de camelo pelas dunas de Erg Chebbi, sandboard no acampamento se quiser, visitas guiadas por vilarejos e kasbahs, café da manhã diário e jantares sob teto e estrelas antes de voltar à vida urbana.
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