Você vai sair da vila de Rui Vaz para subir o Pico d’Antonia, o ponto mais alto da Ilha de Santiago, acompanhado por um guia local que conhece cada curva da trilha. Prepare-se para caminhos rochosos, vistas incríveis da ilha (às vezes até Fogo e Maio) e um almoço simples que cai como uma luva depois da subida. É desafiador, mas vale cada instante de silêncio no topo.
Confesso que fiquei um pouco nervoso enquanto nosso motorista fazia as curvas matinais saindo de Praia — aquela calma que antecede algo especial. Logo chegamos à vila de Rui Vaz, com suas casas de pedra e galos correndo por todos os lados. Nosso guia, João, distribuiu garrafinhas de água e sorriu como quem já sabia o que viria. “Pico d’Antonia não é só uma montanha,” disse ele. “É onde a ilha respira.” Eu não sabia bem o que isso significava, mas gostei do jeito que soou.
A trilha começou tranquila, mas logo ficou cheia de pedras. Meus tênis escorregaram uma vez (ok, duas), e João me ensinou a prestar atenção nas pedras soltas — ele faz essa caminhada desde criança. O ar mudou conforme subíamos: cheiro de eucalipto por perto, sol forte batendo nas rochas vulcânicas, pássaros cantando em rajadas. Teve um momento, lá pela metade, em que tudo ficou silencioso, só dava para ouvir minha respiração — até hoje lembro daquele silêncio. Depois, João apontou para o Fogo, lá longe na névoa. “Em dias claros dá para ver Maio também,” contou, mas, pra ser sincero, eu só queria focar no próximo passo.
Chegar ao topo não foi uma sensação de vitória, mas como se tivéssemos descoberto um segredo. Santiago inteiro se estendia lá embaixo — campos em mosaico e vilarejos pequenos sumindo no azul. São 1.394 metros de altitude, mas parece mais alto; talvez porque nada te impeça de sentir o céu, o vento e o cansaço nas pernas. Sentamos nas pedras quentinhas e dividimos os sanduíches que João trouxe (ele riu quando tentei pronunciar “queijo” direito). Depois daquela subida, o almoço nunca teve gosto melhor.
A descida foi mais lenta do que eu esperava — os joelhos reclamaram um pouco — mas ninguém se importou de ficar um pouco mais no sol. De volta a Rui Vaz, um rádio tocava Cesária Évora baixinho pela janela aberta. Pensei comigo: é por isso que a gente vem até aqui, não só pelo Pico d’Antonia, mas por esses pequenos momentos que se juntam ao longo do caminho.
A viagem de Praia até Rui Vaz dura cerca de 50 minutos; a caminhada varia conforme o ritmo, mas conte várias horas ida e volta, incluindo paradas.
Sim, o almoço está incluído após a chegada ao cume.
O Pico d’Antonia tem 1.394 metros de altitude.
A caminhada exige preparo físico moderado; não é recomendada para iniciantes sem experiência ou pessoas com problemas de saúde.
Sim — em dias claros, dá para avistar as ilhas de Fogo e Maio do topo.
Sim, há busca no seu hotel ou acomodação na região de Praia.
Sim, um guia local acompanha toda a caminhada desde a vila de Rui Vaz até o Pico d’Antonia e volta.
O dia inclui busca em Praia, transporte até a vila de Rui Vaz para início da trilha, acompanhamento durante toda a subida ao Pico d’Antonia — o ponto mais alto de Santiago — e um almoço simples e local antes da descida juntos.
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