Você vai se aprofundar na Ásia Central — dos lagos alpinos do Quirguistão aos passes montanhosos do Tajiquistão — encontrando nômades, dormindo em yurts ou casas locais, explorando vales selvagens e cruzando fronteiras que poucos turistas veem. Se busca uma aventura verdadeira, com hospitalidade local e paisagens que mudam a cada hora, esta jornada é para você.
O amanhecer em Bishkek sempre tem um frescor especial, mesmo em junho. Nosso motorista chegou pontualmente — com aquela confiança silenciosa de quem conhece cada curva da estrada. Deixamos a cidade para trás e fizemos uma rápida parada na Torre Burana. É um daqueles lugares que parecem fora do tempo — um antigo minarete do século XII solitário, com as montanhas Tian Shan ao fundo. O ar trazia um leve aroma de sálvia selvagem enquanto subíamos o passo Kalmak Ashuu; de repente, o lago Song Kul surgiu abaixo, todo turquesa e cercado por prados verdes. As yurts dos pastores pontilhavam a margem. Passamos a noite em uma delas — parecia dormir dentro de um casulo grosso de feltro, com o vento batendo lá fora, mas um calor aconchegante por dentro.
No dia seguinte, seguimos pela estrada que cruza o passo Moldo Ashuu — uma série de curvas fechadas onde, se tiver sorte, verá marmotas correndo entre as pedras. Almoçamos em Naryn, simples mas satisfatório (plov e chá quente). No fim da tarde, avistamos Tash Rabat — um caravanserai de pedra escondido num vale, que abrigava comerciantes da Rota da Seda. Nosso guia contou histórias de mercadores que escondiam moedas de ouro sob pedras soltas ali. À noite, outra estadia em yurt — desta vez mais fria, mas com cobertores extras.
Seguimos o rio Naryn por horas após sair de Tash Rabat, passando por mais yurts e rebanhos de ovelhas pastando nas margens. A vila de Kazarman é pequena — nosso anfitrião na casa local nos recebeu com pão fresco e queijo salgado. A estrada para Osh fica mais difícil perto do passo Kaldama; no topo, só picos irregulares e silêncio, exceto pelo vento assobiando entre os arbustos baixos. A cidade de Osh parecia animada depois de dias em vales remotos — uma cama confortável e um banho nunca pareceram tão bons.
A paisagem mudou novamente ao cruzarmos o passo Taldyck rumo a Sary Mogol — pastagens verdes cheias de iaques mastigando calmamente. No lago Tulparkol, perto do acampamento base do Pico Lenin (mais de 3500 metros de altitude), eu ouvia de vez em quando o estrondo distante de avalanches no glaciar. O jantar foi um ensopado robusto ao redor de uma mesa baixa no acampamento de yurts; todos trocavam histórias sobre dores de cabeça por altitude e sonhos estranhos.
Entrar no Tajiquistão significou atravessar uma longa faixa de “terra de ninguém” — só estrada de cascalho e campos de neve até o passo Kyzylart (4280 metros). O lago Karakul parecia quase de outro mundo — água azul profunda cercada por colinas nuas. O almoço na pousada foi simples: sopa, pão e chá preto servidos por uma senhora que morava ali a vida toda.
Dirigir pelo passo Akbaital (4655 metros) foi inesquecível — o ar rarefeito faz até caminhar ser um esforço. Paramos no Morro do Observatório para ver o Muztagh Ata na China; as nuvens passavam rápido, mas abriram o suficiente para fotos. Descemos até a vila de Alichur para outra estadia em pousada — na frente, um velho caminhão soviético cheio de crânios de carneiros Marco Polo de décadas atrás.
Os lagos de Bulunkul brilhavam sob o sol da manhã; vapor subia das fontes termais próximas enquanto crianças acenavam para nosso carro de suas bicicletas. A trilha até a crista Panorama no passo Kargush (4800 metros) ofereceu vistas amplas do Corredor Wakhan no Afeganistão — o rio fronteiriço serpenteando lá embaixo, caravanas se movendo lentamente por trilhas empoeiradas dos dois lados.
A caminhada até o Pico Engels começou na vila de Zong — uma trilha estreita que acompanha um canal de irrigação antes de subir para prados verdes a 4000 metros. O almoço foi pão e queijo à beira de um pequeno lago, com picos nevados ao fundo; lembro como o silêncio dominava, quebrado apenas pelo som de sinos de vacas ao longe no vale.
A vila de Yamg nos levou à Fortaleza Yamchun — um forte de pedra em ruínas no alto do Vale Wakhan — e depois às fontes termais Bibi Fatima, onde os locais juram pelas águas ricas em minerais (o vapor embaçou meus óculos na hora). Na cidade de Khorog, mais tarde, passeamos pelo Parque Central e visitamos o museu regional antes do jantar em um café movimentado que servia sopa shorpo.
O Vale Bartang parecia selvagem — sem lojas ou eletricidade, só água de nascente e refeições caseiras na pousada perto dos lagos Jizeu. A caminhada ao longo dos riachos cercados de árvores foi tranquila; sapos coaxavam por perto enquanto o crepúsculo caía.
O trecho final seguiu o rio Panj, passando por vilas afegãs visíveis do outro lado — crianças acenando enquanto passávamos — e terminou em Dushanbe após o almoço numa chaikana à beira da estrada (experimente o samsa se puder). No caminho, paramos rapidamente nas ruínas do Palácio Hulbuk e avistamos a barragem Nurek brilhando ao longe contra penhascos íngremes.
A maioria das trilhas é moderada, mas algumas alcançam altitudes elevadas (até 4800m). A caminhada ao Pico Engels é desafiadora, mas pode ser encurtada ou dividida em duas etapas com pernoite, se necessário.
Você ficará principalmente em yurts ou pousadas familiares fora das cidades; hotéis são usados em Osh e Dushanbe. As instalações são básicas, porém limpas — às vezes com banheiros compartilhados.
Você cruzará vários passes acima de 3500m, então sintomas leves são possíveis; os guias acompanham os participantes de perto e ajustam o ritmo conforme necessário.
Opções vegetarianas podem ser organizadas se solicitadas com antecedência; as refeições costumam ser simples, com bastante pão, laticínios, sopas, ovos ou vegetais quando disponíveis localmente.
Seu transporte privado inclui um motorista experiente, com refeições e acomodação cobertas. Todos os principais deslocamentos são feitos em veículo com ar-condicionado para maior conforto — mesmo em estradas montanhosas difíceis! Você também terá suporte para cruzar fronteiras e estadias organizadas em yurts ou pousadas ao longo do caminho.
Precisa de ajuda para planejar sua próxima atividade?