Você começa cedo com pickup em Funchal ou Caniço e sobe pelas estradas sinuosas até o Pico do Arieiro. Caminhe no seu ritmo por cristas, túneis e as “escadas para o céu” até o Pico Ruivo — o ponto mais alto da ilha — e termine em Achada do Teixeira, onde o motorista estará esperando. Prepare-se para momentos de silêncio acima das nuvens e uma sensação verdadeira de liberdade nessa trilha icônica da Madeira.
Já estávamos subindo aquelas curvas fechadas saindo de Funchal antes mesmo de eu terminar meu café — o motorista, João, tinha o hábito de cantarolar as músicas do rádio, o que fazia a van parecer menos um transporte e mais o carro de um amigo. Quando chegamos ao Pico do Arieiro, nuvens deslizavam lentamente como rios lá embaixo. Alguém do grupo tentou adivinhar quantas camadas de roupa seriam necessárias para o clima “acima das nuvens” — eu só fechei meu casaco e torci para dar tudo certo.
O começo da trilha parecia até fácil demais, mas logo vieram os túneis — o ar fresco no rosto, os passos ecoando e aquele cheiro úmido que só se sente em pedra de montanha. Parei um instante só para escutar: nada além do vento e alguns pássaros distantes. Nosso grupo se dividiu naturalmente; uns aceleraram, outros ficaram para trás. O João tinha dito que cada um podia ir no seu ritmo, então não me preocupei em acompanhar ninguém. As “escadas para o céu” não eram brincadeira — precisei parar no meio do caminho (minhas pernas ainda reclamam), mas olhar para baixo, através da névoa, foi uma experiência incrível. A sensação de flutuar sobre a Madeira é real.
Depois disso, caminhei quase todo o trecho sozinho, exceto por uma rápida conversa com um casal mais velho de Lisboa que me ofereceu um pedaço do bolo do caco deles (pão de alho — uma salvação). O último trecho até o Pico Ruivo foi mais silencioso do que eu esperava; talvez todo mundo estivesse mais à frente ou atrás, ou talvez lugares altos deixem as pessoas mais caladas. Tocar na placa dos 1862 metros foi uma sensação estranhamente íntima. Tem algo em estar no ponto mais alto da ilha que dá vontade de ligar para alguém — mas não tem sinal nenhum por lá mesmo.
A descida para Achada do Teixeira foi mais suave para os joelhos do que eu imaginava. Nosso motorista já estava esperando com aquele sorriso tranquilo; ele até apontou as casas triangulares de Santana enquanto passávamos (não paramos, fica para a próxima). Minhas botas estavam cobertas de poeira vermelha e minhas pernas bambearam quando saí da van em Funchal. Ainda lembro daquela vista acima das nuvens — ela aparece do nada, quando menos espero.
A trilha tem 11 km e leva cerca de 4 horas e 45 minutos no total.
Sim, o pickup está incluído para acomodações em Funchal ou Caniço.
A trilha é considerada de dificuldade média a alta e exige preparo físico moderado.
Você pode caminhar no seu ritmo ou se juntar a outros participantes, se preferir companhia.
Você passará pelas casas triangulares de Santana no retorno, mas não há paradas para visitação.
Não, não são fornecidas refeições; leve seus próprios lanches ou almoço para a trilha.
O transfer compartilhado comporta até 8 pessoas por veículo.
Sim, você passará por vários túneis curtos entre os picos.
Seu dia inclui pickup e drop-off compartilhados em hotéis de Funchal ou Caniço, transporte até o Pico do Arieiro e retorno de Achada do Teixeira após a trilha, além de todos os impostos — para você curtir a caminhada acima das nuvens da Madeira sem se preocupar com nada.
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