Viva as Montanhas do Atlas com um guia local — ande de camelo vestido como um nômade, compartilhe chá de hortelã em uma tenda berbere, prove pão fresco em uma cooperativa de óleo de argan e caminhe por aldeias nas encostas antes de saborear um almoço caseiro em uma casa de família. São esses pequenos momentos — risadas no chá ou o sol batendo nas pedras — que ficam para sempre.
Alguém me entrega uma túnica listrada — mais pesada do que parece — e eu rio porque não faço ideia de como amarrar o cinto. Os condutores dos camelos apenas sorriem e me ajudam a ajeitar, depois um deles dá um aperto amigável no meu ombro antes de nos levar até os camelos. O ar tem um cheiro doce e empoeirado, como feno misturado com hortelã. Confesso que não esperava me sentir tão tranquilo montado em um camelo — Marrakech parecia tão perto há uma hora, mas agora já parece tão distante.
Nosso guia, Youssef, aponta detalhes que eu jamais notaria: pequenas flores silvestres entre as pedras, como as casas berberes se confundem com as encostas. Paramos em uma cooperativa de óleo de argan para o café da manhã — pão fresco ainda quentinho, mel com um sabor quase defumado. As mulheres nos mostram como quebram as nozes na mão (minha tentativa foi um desastre), e uma delas ri quando pergunto sobre suas pulseiras. Tem algo em compartilhar comida com estranhos que faz a gente se sentir parte de algo, mesmo que só por um instante.
A caminhada pelas Montanhas do Atlas é mais longa do que imaginei (cerca de uma hora e meia), mas tranquila se você for no seu ritmo. Crianças acenam das portas enquanto passamos pelas aldeias berberes; um garotinho tenta me ensinar a dizer “olá” em tamazight, mas desiste depois de três tentativas e só dá risadinhas. A cachoeira é mais barulhenta do que eu esperava — o spray gelado no rosto foi um alívio depois do sol na nuca a manhã toda. O almoço é servido depois na casa de uma família local: tagine borbulhando, pão quebrado à mão, azeitonas salgadas e intensas. A mãe do Youssef serve a comida pessoalmente e fica um tempo só observando todo mundo comer.
Fico pensando naquele momento de silêncio depois do almoço, quando ninguém falou nada — só os pássaros lá fora e o som do chá sendo servido. É engraçado o que fica na memória de um passeio assim; não só as paisagens ou fotos, mas esses pequenos momentos em que você sente que está em um lugar de verdade, e não só passando.
O passeio dura o dia todo, saindo às 9h de Marrakech e retornando à tarde.
Sim, o almoço está incluído e é servido na casa de uma família local em uma aldeia berbere.
É recomendado ter um preparo físico moderado; são cerca de 1h30 de caminhada por aldeias e até a cachoeira.
Sim, há um passeio de camelo (ou cavalo) com guias locais durante o trajeto.
O passeio inclui transporte saindo de Marrakech; confira os detalhes para o local exato de retirada.
Seu dia inclui transporte saindo de Marrakech com guia local o tempo todo, passeio de camelo ou cavalo com roupas nômades fornecidas pelos simpáticos condutores, café da manhã em cooperativa de óleo de argan onde você verá como os produtos são feitos, caminhada guiada por aldeias berberes e até uma cachoeira nas montanhas (cerca de 1h30), além de almoço caseiro na casa da família do seu guia antes do retorno à tarde.
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