Você vai caminhar por Sarnath, onde Buda deu seu primeiro sermão — explorando templos, ruínas antigas, um parque tranquilo de cervos e até vendo de perto o pilar de Ashoka — tudo guiado pelo seu próprio tour de áudio para que possa ficar o tempo que quiser em cada lugar.
Ao sair do riquixá, já podia ouvir ao longe os sinos dos templos e o suave murmúrio das orações matinais que flutuavam por Sarnath. O ar trazia uma mistura de incenso e grama recém-cortada do parque dos cervos próximo. Com os fones no ouvido, comecei o tour de áudio logo nos portões — sem guia com bandeira, só eu e meu celular, seguindo meu próprio ritmo.
A primeira parada foi o grande templo budista chinês, construído em 1939. Difícil não notar — as estátuas internas são esculpidas em pedra trazida diretamente da China e de Mianmar, feitas no que nosso app chamou de “estilo brusni”. Sentei-me de pernas cruzadas por um instante diante da estátua de Buda, cercado por imagens de santos chineses como Confúcio e Mozi. Havia um silêncio profundo ali dentro, quebrado apenas pelo som suave de alguém varrendo o chão.
Depois fui ao Mulagandha Kuti Vihara. Descobri que ele não existia quando Hiuen Tsang passou por aqui séculos atrás; ele descreveu um vihara mais antigo que ficava nas proximidades, na época do período Gupta. O prédio atual deve sua existência a Angarika Dharmapala, do Sri Lanka — fundador da Maha Bodhi Society e grande responsável por moldar o Sarnath moderno. Nosso guia de áudio contou esses detalhes enquanto eu caminhava entre ruínas de tijolos que despontavam entre flores silvestres.
O parque dos cervos (Mriga Vihara) hoje parece mais um mini-zoológico — crianças riam ao ver os cervos malhados enquanto um pavão desfilava pela cerca. Mesmo se você não estiver com crianças, vale a pena fazer uma pausa aqui só para observar a vida sob as árvores sombreadas.
Logo avistei o estupor de Ashoka — uma estrutura imensa construída originalmente em 249 a.C. pelo próprio imperador Ashoka. Diz a história que, depois de testemunhar tanta violência nas batalhas, Ashoka se voltou para o budismo justamente aqui em Sarnath. Em pé ao lado dessas pedras antigas, dá para quase imaginar o momento em que ele tomou essa decisão.
Relíquias espalhadas margeiam o caminho — pedaços de antigos mosteiros e tijolos desgastados que contam histórias dos monges que viveram aqui. Se você gosta de arqueologia ou história, este lugar é um tesouro. Vi alguns moradores conversando perto das ruínas sobre escavações recentes; parece que novas descobertas aparecem a cada poucos anos.
O pilar quebrado próximo é tudo o que resta da famosa coluna de Ashoka. A parte superior está guardada com segurança dentro do Museu de Sarnath (abre às 10h — evite ir às sextas, pois fecha). Você precisará deixar o celular e a câmera do lado de fora antes de entrar, mas vale a pena só para ver de perto a capital de leão em arenito. Cada sala tem telas sensíveis ao toque explicando o que você está vendo — um lugar pequeno, mas fascinante.
Mais tarde, caminhei até o templo tailandês — construído pelo governo da Tailândia — com sua enorme estátua de Buda em pé que se destaca sobre os gramados bem cuidados. Por um tempo, essa foi a maior estátua de Buda em pé da Índia; crianças tiravam selfies enquanto monges caminhavam silenciosamente ao redor da base.
O trecho final me levou por uma estrada familiar — a mesma que pegamos vindo de Varanasi — até onde Buda encontrou seus cinco discípulos antes de proferir seu primeiro sermão no Estupa Dhamekh, em Vaishakh Purnima (que também é seu aniversário e dia de falecimento). As escavações aqui revelaram estátuas mostrando Buda girando a roda do dharma — uma imagem poderosa se você parar para absorver.
Sim! Você pode começar quando quiser, já que é autoguiado — só confira o horário do museu se quiser entrar (10h às 17h; fechado às sextas).
Com certeza — o parque dos cervos é muito popular entre as crianças e a maioria dos caminhos é fácil para carrinhos ou para levar os pequenos.
Não! Depois de baixar tudo no celular via Wi-Fi ou dados antes, você pode usar o tour offline durante a visita.
Se ouvir direto sem ficar muito tempo em cada parada, cerca de 2 a 3 horas cobre os principais pontos — mas não há pressa!
Seu ingresso dá acesso ilimitado ao tour a pé guiado por áudio por três meses usando seu próprio dispositivo. Você pode explorar a qualquer momento e revisitar os lugares quantas vezes quiser dentro desse período.
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