Em um só dia, você vai conhecer cinco lugares incríveis: caminhar pelas trilhas vermelhas do Cânion Charyn com um grupo pequeno, parar para fotos nos Cânions da Lua e Negro, almoçar comida caseira numa casa local (com opções vegetarianas), e fazer uma trilha até o Lago Kaindy para ver a floresta submersa antes de voltar para Almaty com os pés cansados e histórias novas.
“Se você perceber a mudança de cor, está com sorte,” sorriu nosso motorista enquanto balançávamos no último trecho até o Lago Kaindy. Eu mal tinha dormido — ansiosa para não perder a saída — mas quando deixamos Almaty para trás, todo mundo já trocava lanches e histórias. O micro-ônibus tinha aquele cheiro leve de poeira misturado com chiclete de hortelã, e as janelas estavam manchadas da chuva da noite anterior. Aida, nossa guia, nos mantinha acordados com lendas antigas do cânion (peguei só metade, com o barulho do motor), mas lembro dela falando de lobos, algo que até hoje me arrepia.
A primeira parada de verdade foi o Cânion Charyn. Não é tão famoso quanto aquele cânion do outro lado do mundo, mas, sinceramente, estar na beira, com o vento puxando minha jaqueta e aquele labirinto vermelho infinito lá embaixo — parecia que eu tinha caído em outro planeta. Caminhamos por trilhas onde pequenas flores amarelas brotavam das rachaduras das pedras. Tentei tirar uma foto, mas deixei o celular cair (não se preocupe, ele sobreviveu). Éramos uns seis mais a Aida; grupo pequeno, perfeito para ninguém ficar para trás quando alguém queria mais tempo para fotografar ou só ficar admirando em silêncio. Ela apontou o Cânion da Lua logo depois — uma parada rápida — e depois o Cânion Negro, que parecia pintado de sombras. O ar ali estava mais fresco, de um jeito gostoso.
O almoço chegou justo quando minha barriga começou a fazer barulhos embaraçosos. Paramos numa casa de família para uma refeição caseira — sopa quente e pão tão fresquinho que soltava vapor quando você rasgava. Alguém perguntou se tinha opção vegetariana e eles responderam que sim, numa boa (algo raro em alguns lugares). Sentar ali com as botas sujas embaixo da mesa foi, de alguma forma, perfeito.
A viagem até o Lago Kolsai demorou mais do que eu esperava; cochilei um pouco e acordei com a luz do sol passando entre os pinheiros. A trilha até o Lago Kaindy depois foi meio puxada para os meus joelhos (leva uns 30 minutos), mas valeu cada passo quando finalmente vi aqueles troncos fantasmagóricos saindo da água azul. Tentei falar “Kaindy” do jeito certo — Li riu do meu sotaque — mas, sinceramente, todo mundo estava tão encantado olhando para o lago que ninguém ligou para as palavras.
Na volta para Almaty, todo mundo estava quieto ou dormindo, menos a Aida que cantava baixinho lá na frente. Meus sapatos estavam imundos, minha cabeça cheia das cores e formas estranhas daqueles cânions e lagos. Ainda penso em como me senti pequeno diante de tanto espaço — como se tivesse deixado um pedacinho de mim entre as pedras e a água.
É um passeio de dia inteiro, com saída cedo de manhã e retorno no final da tarde.
Sim, o almoço é caseiro com pratos locais, incluindo opções vegetarianas.
A caminhada leva cerca de 30 minutos cada trecho; é recomendada uma condição física moderada por causa do terreno irregular.
Um micro-ônibus confortável faz a maior parte dos transfers; para chegar ao Lago Kaindy, usamos uma van soviética 4x4.
Não, crianças menores de 5 anos não são permitidas neste passeio.
Os grupos são pequenos, geralmente cerca de seis pessoas mais o guia, para garantir atenção e conforto.
O passeio inclui pickup em Almaty em micro-ônibus com ar-condicionado, entradas para todos os parques nacionais do roteiro, água mineral durante todo o trajeto, transfer off-road em van soviética para o Lago Kaindy, além de almoço caseiro numa casa local com opções vegetarianas antes do retorno à noite.
Precisa de ajuda para planejar sua próxima atividade?