Você vai descer o Rio Amazonas de Manaus a Santarém numa cabine privativa, dividindo refeições com locais e trocando histórias com seu guia. Prepare-se para madrugadas, comida simples, transfer do hotel que facilita tudo — e longos momentos onde o tempo parece outro no meio do rio.
Confesso que quase perdi o barco — literalmente. Meu alarme não tocou e eu corri para arrumar minhas coisas antes do motorista chegar no hotel em Manaus. Ele só sorriu ao me ver segurando um pão de queijo pela metade e apontou para o relógio, mas não parecia preocupado. É assim por aqui — o tempo corre diferente à beira do Amazonas. O transfer foi tranquilo e, antes que eu percebesse, já estava no cais, olhando para aquele grande barco que seria meu lar por duas noites. O ar tinha cheiro de terra molhada e diesel; nada ruim, só autêntico.
As primeiras horas no barco passaram num piscar de olhos, com redes balançando no convés (os locais sabem exatamente como amarrar, eu não), crianças correndo descalças e vendedores oferecendo sacos plásticos de açaí. Nosso guia, Paulo, aparecia de vez em quando para dar dicas de onde guardar os lanches (“a cozinha fica cheia depois do almoço”, avisou) ou qual lado do barco tinha a melhor vista enquanto passávamos por paredes verdes densas da floresta. As refeições eram simples — arroz, feijão, frango — nada sofisticado, mas suficiente. Paulo tinha razão sobre levar biscoitos; no segundo dia eu teria trocado minha última maçã por algo doce.
A noite no Amazonas é algo estranho. O rio é tão largo que engole os sons, exceto por uns coaxos profundos vindo das árvores e o ronco do motor lá embaixo. Deitado na minha cabine privativa (básica, mas limpa), tentei ler, mas me distraía com relâmpagos distantes no Pará. É difícil explicar — a escuridão aqui pesa mais do que em qualquer outro lugar que já estive. Mas também é meio que tranquila? Enfim, acabei pegando no sono fácil.
Ao amanhecer do terceiro dia, estávamos chegando em Santarém — alguns passageiros já arrumando as coisas ou encostados no corrimão, atentos ao primeiro sinal de terra. Alguém me ofereceu um café doce (muito açúcar pra mim, mas educado aceitar), e ficamos todos juntos vendo a cidade surgir na névoa da manhã. Não era nada glamouroso ou dramático; só uma chegada silenciosa depois de dias no rio. Tem algo em se mover devagar por essa parte do Brasil que fica na memória — ainda penso naquelas cores infinitas de verde e marrom quando ouço chuva em casa.
A viagem dura cerca de 30 horas pelo rio, saindo de Manaus até Santarém.
Sim, o transfer do hotel em Manaus está incluso antes do embarque no barco.
Você terá uma cabine privativa a bordo para dormir durante a viagem.
Sim, as refeições são servidas a bordo; são simples, mas satisfatórias (arroz, feijão, frango).
Os barcos partem de segunda a sábado (não operam aos domingos), sempre às 11h.
Sim, há tarifas para crianças se acompanhadas por dois adultos pagantes; bebês ficam no colo dos pais.
O passeio não é recomendado para gestantes ou pessoas com problemas cardiovasculares.
Sim — é até recomendado levar lanches extras como frutas ou biscoitos, pois as refeições podem ser repetitivas.
Sua viagem inclui transfer do hotel em Manaus com transporte privativo até o cais antes do embarque no barco rumo a Santarém. Você terá uma cabine privativa com ar-condicionado durante todo o cruzeiro de vários dias; todos os impostos e taxas estão inclusos. As refeições são servidas a bordo (mas lanches extras são recomendados), e guias locais dão dicas durante o trajeto até Santarém.
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