Você vai encarar estradas esburacadas em SUVs soviéticos até os vulcões de lama perto de Gobustan, passar os dedos pelas gravuras da Idade da Pedra, almoçar com seu guia e ficar frente a frente com as chamas eternas de Yanar Dag e do Templo do Fogo Ateshgah — tudo em um dia intenso saindo de Baku. Mais que turismo, é sentir o Azerbaijão na pele.
“Isso não é fumaça — é a terra respirando,” disse nosso guia Rashad quando saímos perto dos vulcões de lama nos arredores de Gobustan. O vento trouxe um cheiro estranho — meio ovo podre com barro molhado — e eu sentia o chão meio mole sob meus tênis. Saímos cedo de Baku e, pra ser sincero, eu ainda estava meio sonolento até aquele momento. A estrada passava por colinas baixas e, ao longe, plataformas de petróleo. Na Mesquita Bibi-Heybat, as mulheres amarravam lenços na cabeça e o ar estava pesado de incenso; eu me atrapalhava com os sapatos e tentava não ficar encarando demais a caligrafia nas paredes. Rashad contou sobre a história do petróleo no Azerbaijão enquanto apontava para uma velha torre de perfuração do outro lado da rua.
Trocar para os antigos Ladas soviéticos para chegar aos vulcões de lama foi... digamos, uma aventura. Até hoje não sei como aquele carro aguentou aqueles buracos. Pulamos por entre ovelhas e crianças acenando de uma cabana empoeirada, até que de repente apareceram crateras cinzas borbulhando por todo lado — parecia coisa de outro planeta. Eu cutuquei uma com um galho (Rashad riu e disse que dá sorte se você se molhar). O vento levantou uma poeira que grudou nos meus lábios. Depois seguimos para ver os petroglifos de Gobustan — milhares de figuras riscadas na pedra, algumas tão apagadas que você precisava apertar os olhos contra o sol. Por um instante, aquilo me fez pensar no tempo de um jeito diferente.
O almoço foi num buffet simples — nada chique, mas pão quentinho e um ensopado de berinjela caíram muito bem depois de tanta poeira. Depois seguimos para o Templo do Fogo Ateshgah, na península de Absheron. Lá dentro havia um silêncio quase sagrado, dava até pra imaginar as antigas orações ecoando nas paredes de pedra. Rashad explicou como os zoroastristas veneravam o fogo ali há séculos (tentei repetir “Ateshgah” em azerbaijano; ele sorriu, mas não corrigiu). Última parada: Yanar Dag — a Montanha em Chamas. Chamas surgindo direto da rocha enquanto pessoas assavam milho ali perto como se fosse algo comum. O cheiro era forte, quase metálico.
Eu não esperava que o Azerbaijão fosse tão cheio de camadas — campos de petróleo lado a lado com lugares sagrados, gravuras antigas e fogo que nunca se apaga. Até hoje consigo imaginar aquelas pequenas chamas dançando no entardecer. Se você pensa em fazer um passeio de um dia saindo de Baku para Gobustan e Absheron, saiba que nem sempre é confortável ou bonito — mas fica na memória de um jeito que folhetos brilhantes nunca contam.
O passeio leva cerca de 7 a 8 horas, incluindo todas as paradas.
Sim, o traslado de ida e volta do hotel está incluído se você escolher essa opção ao reservar.
Se reservar sem ingressos, leve dinheiro para pagar as entradas em cada atração.
Use calçados resistentes que possam sujar — o terreno é lamacento e irregular.
Sim, há uma parada para almoço em buffet durante o roteiro.
Bebês são permitidos, mas devem ficar no colo de um adulto; assentos especiais podem ser disponibilizados se necessário.
O passeio exige preparo físico moderado por causa do terreno irregular; não é recomendado para quem tem problemas cardíacos.
O dia inclui traslado do hotel (se selecionado), transporte em van com ar-condicionado, passeio em SUV soviético clássico até os vulcões de lama perto de Gobustan, entradas para locais como Yanar Dag e Ateshgah (se ingressos incluídos), guia local profissional durante todo o percurso e almoço em buffet antes do retorno a Baku no fim da tarde.
Precisa de ajuda para planejar sua próxima atividade?