Você vai navegar pelo Port River em Adelaide com um guia local, avistando golfinhos selvagens nadando perto do barco e passando por naufrágios misteriosos presos nos manguezais. Ouça histórias sobre embarcações perdidas e veja aves raras no santuário — tudo isso em um passeio que mistura tranquilidade e surpresas, deixando o gostinho do ar salgado mesmo depois de voltar à terra firme.
Subimos no barco em Port Adelaide sem saber exatamente o que esperar. O ar tinha um cheiro meio salgado, de cordas velhas e manguezais, e nosso guia — acho que o nome dele era Dave — já fazia piadas sobre “achar tesouros” no Cemitério de Navios. Ele apontava para cascos enferrujados, meio engolidos pela água verde, e soltava nomes e datas como se conhecesse cada embarcação pessoalmente. Me inclinei no parapeito enquanto passávamos por um que parecia que desmoronaria se alguém espirrasse perto demais. Tinha algo de estranho e tranquilo naquele cenário — só o ronco baixo do motor e umas gaivotas brigando lá em cima.
O motivo principal para eu ter reservado esse passeio pelo Port River eram os golfinhos (claro), mas, pra ser sincero, na primeira vez que vi uma nadadeira rompendo a superfície quase perdi porque estava vidrado num velho barco a vapor preso nas raízes do mangue. O Dave gritou: “Lá está a Billie!” — parece que ela é uma visitante frequente — e todo mundo se ajeitou para ver ela deslizar ao nosso lado. O brilho prateado nas costas dela pegava o sol na medida certa. Pouco depois, mais dois apareceram atrás dela, e uma criança gritou tão alto que até a Billie pareceu notar. Por um instante, tudo ficou em silêncio, só o som da água batendo no casco.
Não esperava muito da parte do santuário de aves — não sou muito fã de pássaros — mas teve um momento em que passamos por um trecho de juncos e, de repente, dezenas de passarinhos pequenos levantaram voo juntos. Parecia que havíamos invadido a rotina matinal deles. O Dave falou o nome Kaurna dessa região (nem tentei pronunciar), e isso me fez perceber o quanto de história está enterrada nessas margens lamacentas. A luz do sol passava entre as nuvens, e às vezes parecia mais quente do que deveria para o outono.
Os noventa minutos passaram voando. No fim, minhas mãos tinham um leve cheiro de sal e metal de tanto segurar no parapeito. Acenamos para o Dave (ele retribuiu com um joinha) e voltamos para a cidade com aquela sensação de sorte — como se tivéssemos descoberto pedaços de Adelaide que a maioria das pessoas nem percebe. Ainda fico pensando na Billie deslizando entre aqueles esqueletos de navios.
O passeio dura cerca de 90 minutos, ida e volta.
Golfinhos são animais selvagens, então não há garantia, mas eles são vistos com frequência na área do Adelaide Dolphin Sanctuary.
Sim, o skipper faz comentários informativos ao vivo durante todo o trajeto.
Sim, crianças de todas as idades, incluindo bebês em carrinhos, são bem-vindas a bordo.
O passeio sai de Port Adelaide, no famoso Port River.
Você verá também naufrágios históricos no Ships Graveyard e passará por áreas do santuário internacional de aves.
Sim, há opções de transporte público perto do ponto de embarque.
Sim, há banheiro disponível durante o passeio.
Seu dia inclui um passeio guiado de 90 minutos pelo Port River em Port Adelaide, com comentários ao vivo do seu skipper-guia, chance de ver golfinhos no Adelaide Dolphin Sanctuary, vistas dos naufrágios no Ships Graveyard, passagem pelo santuário internacional de aves, banheiro a bordo para seu conforto — e sem precisar se preocupar com preparo físico ou equipamentos especiais; é só chegar pronto para respirar o ar do rio e curtir as surpresas pelo caminho.
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